segunda-feira, 24 de março de 2014

CMJP e ALPB lançam livro e homenageiam mulheres em sessão conjunta

A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou o lançamento do livro “Mais Mulher na Política: Mulher, Tome Partido!”, em sessão especial conjunta com a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). O evento aconteceu nesta tarde, na Casa Napoleão Laureano, em proposição da vereadora Eliza Virgínia e da deputada estadual Iraê Lucena, ambas do PSDB. Também esteve presente a procuradora da Mulher na Câmara Federal, a deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA). A sessão também homenageou as mulheres pelo seu dia, comemorado em 8 de março.

“Financiamento é um dos principais entraves à mulher na política. Apesar de termos conquistado diversos espaços em cargos de gestão, no Executivo, Legislativo e Judiciário, nós ainda somos sub-representadas no parlamento, na política”, comentou Eliza Virgínia. Ela adiantou que a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos das Mulheres e de Enfrentamento à Violência na CMJP, de sua autoria, poderá se transformar em Procuradoria das Mulheres.
“Estamos estudando essa possibilidade, pois as atribuições da Procuradoria são semelhantes aos da Frente”, afirmou. Ela citou as cidades paraibanas de Sapé, Alagoinha e Bayeux, como municípios em que há uma quantidade maior de vereadoras que na Capital, todas com índice superior a 15% do total dos parlamentares de suas Câmaras.

Para Iraê Lucena, as mulheres precisam de mais incentivo à participação na política além da cota de 30% reservada para candidaturas femininas nos partidos políticos. “Acho que faltam oportunidades dentro dos partidos políticos. Quais as mulheres que são presidentes de partidos? Precisamos de reforma política, e somos a favor, por exemplo, do voto aberto com alternância de gênero entre candidatos, como ocorre na Argentina”, salientou.

Iraê Lucena ainda destacou que, segundo um dos dados do livreto, 8 em cada 10 mulheres ouvidas em pesquisa alegaram ser a favor da paridade política entre homens e mulheres. “Quando uma mulher entra para a política muda a mulher. Mas, quando várias mulheres entram para a política, muda a política”,parafraseou a presidenta do Chile, Michelle Bachelet.

 A única deputada federal que a Paraíba tem hoje, Nilda Gondim (PMDB), disse que a união e o fortalecimento das mulheres pode garantir pleitos e espaços. “São 513 deputados e somos 45 deputadas naquela Casa, ou seja, nem 10%. Isso dificulta dar voz e vez as nossas reivindicações e projetos. Não queremos segregação entre os gêneros, mas inclusão e união”, disse. Ela comentou, embasada na cartilha, que nos emirados árabes e em países africanos há mais mulheres no parlamento que no Brasil. “As mulheres têm que despertar para o seu valor, receber mais incentivos financeiros dos partidos e dentro de casa, ultrapassando as barreiras que a impedem de chegar à política”, sugeriu.

“Queremos mudar as coisas no País e por isso, estamos levando essa cartilha ao máximo possível de cidades e casas legislativas. Não adianta sermos 52% do eleitorado brasileiro e a minoria na política, e se não nos posicionarmos e formos à luta não teremos representatividade. Acho que é no parlamento que as coisas acontecem e as mudanças podem ser feitas, no local da elaboração das leis”, argumentou Elcione Barbalho.

A procuradora da Mulher na Câmara dos Deputados ainda explanou dados e estatísticas contidas no livro, inclusive vídeos, entre eles, o da campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que incentiva as mulheres na política, com a hashtag #vempraurna.

Também estiveram presentes o vereador Santino (PT do B), que secretariou os trabalhos; a presidente do Conselho Municipal do Direito da Mulher, Maria da Guia Lima; a secretaria estadual da mulher do PC do B, Lúcia Rocha; a coordenadora do Centro da Mulher 8 de Março, Irene Marinheiro; e a juíza Rita de Cássia.

CARTILHA

O livreto “Mais Mulher na Política: Mulher, Tome Partido!”foi elaborado pela Procuradoria da Mulher do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, com apoio da Secretaria de Políticas Para as Mulheres da Presidência da República. A publicação de 64 páginas e quatro capítulos é o resultado da campanha em defesa da paridade entre homens e mulheres na política.

A campanha “Mulher tome partido!” é promovida pela Bancada Feminina e pelas procuradorias da Mulher na Câmara e no Senado, com o apoio da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) e da Secretaria de Políticas da Mulher da Presidência da República (SPM).

Entre os dados da cartilha estão: o quadro evolutivo de mulheres eleitas na Câmara dos Deputados e no Senado; a participação feminina nos parlamentos comparando dados de 188 países, inclusive detalhando os sistemas eleitorais dessas nações; e a destinação do fundo partidário para promoção da participação feminina na política brasileira, dentre outras infirmações. Dados da União Interparlamentar da Organização das Nações Unidas, indicam que o Brasil tem um dos piores índices de participação feminina na política, ocupando a 158ª posição entre esses 188 países.

A vereadora Eliza Virgínia lembrou ainda que a representação feminina entre os parlamentares da CMJP é de 7% do total de parlamentares na Casa – Eliza Virgínia e Raíssa Lacerda (PSD). A representação feminina na Câmara Federal é de apenas 8,6% e, no Senado, de aproximadamente 8%. O movimento, que começou em setembro do ano passado, tem como objetivo aumentar em 20% o número de filiações partidárias de mulheres, além de ampliar em 30% a representação feminina na Câmara e no Senado nas próximas eleições.


Fonte: Haryson Alves - CMJP


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