quinta-feira, 23 de junho de 2011

A MARCHA DA MACONHA E A LIBERDADE DE NÃO OUVIR APOLOGIA


Uma breve contextualização dos últimos fatos envoltórios da polêmica decisão do STF em legalizar a marcha da maconha são esclarecedores do rumo e excessos em nossa sociedade.
Em maio do corrente ano duas pessoas foram detidas durante a oitava edição da Marcha da Maconha, realizada no Rio de Janeiro. Segundo informações da polícia, eles cantavam músicas de apologia à maconha e se negaram a ser revistados por policiais militares. Ambos foram encaminhados à 14ª DP e autuados por desacato e resistência. Foram liberados logo depois.
Cerca de 5 (cinco) mil pessoas participaram do evento, que pede a legalização da droga. Os manifestantes receberam habeas corpus preventivo para realizarem o ato. Em São Paulo, três pessoas foram detidas no vão livre do MASP por exibir cartazes sobre a marcha.
Em entrevista a rede de TV manifestante desafiava a sociedade rotulada pelo mesmo de alcoolista, tabagista e sem moral para criticá-los. Enfim, é como se os presos no mundo da maconha criticassem os da cela ao lado por não participarem do seu quadrado e curtir um baseado. Teve até comentário na internet que “na marcha gay, ninguém era preso. Mas, a da maconha. STF, já que tá tudo liberado, libera ai por unanimidade”. O pedido foi atendido.
Com o aval do Supremo Tribunal Federal (STF), as "marchas da maconha" podem ser organizadas livremente em todo o País. Proibir as manifestações públicas em favor da descriminalização da droga configura, no entendimento dos ministros do STF, violação às liberdades de reunião e de expressão. Por decisão do STF, o Estado não pode interferir, coibir essas manifestações ou impor restrições ao movimento. A polícia só poderá vigiá-las e tão somente para garantir a segurança e o direito dos manifestantes de expressarem suas opiniões de forma pacífica.
E como uma coisa leva a outras atentem para o que está em jogo. Não é propriamente a liberdade de expressão e sim a abertura conquistada por este grupo para fazer apologia às drogas. Certamente, na marcha da maconha não terá nenhum cartaz em defesa da pamonha. Portanto é apologia a maconha.
Neste ponto nos defrontamos com a droga mais devastadora que a sociedade já enfrentou que é o crack. Um por cento dos brasileiros estão no crack, o que soma um milhão de pessoas. E 85% dos usuários terão morte violenta por dívida e no envolvimento com o ilícito para o custeio do vicio. Sabemos ainda que o mesclado (crack mais maconha) é ofertado aos apreciadores da maconha como um novo mercado. Contraditoriamente, o problema mobiliza recursos públicos de enfrentamento e tratamento. Pois, muitos jovens pagam com a vida e o abuso de substância também gera violência doméstica. Quantas famílias são destruídas por causa das drogas. Há pesquisas que aponta que 1 viciado torna pelo menos 50 pessoas “doentes sociais”. Temos relatos que o consumo do crack já chegou às comunidades rurais, indígenas e em todas as classes sociais. Segundo dados da ONU a substância que mais aumentou o consumo no terceiro mundo foi o subproduto da cocaína.
A pergunta que não quer calar é: Diante de tantas carências porque os grupos organizados não se mobilizam em torno de outras causas como da melhoria e universalização da educação? Infelizmente, a expectativa é que a crescente demanda por liberdades envolvam questões bastantes polêmicas.

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