A vereadora Eliza Virgínia (PSDB) vai encaminhar um requerimento à Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) solicitando que a Secretaria de Educação e Cultura (Sedec) não se adéque a duas resoluções do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal.
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Resolução 12 reconhece os direitos e a permanência dos segmentos e de todas as pessoas que tenham sua identidade de gênero não reconhecida nas instituições de ensino. Já a
Resolução 11 estabelece o uso do nome social em boletins de ocorrência. As normas foram publicadas na edição do Diário Oficial da União (DOU), da última quinta-feira (12), e durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), desta quarta-feira (18), na qual Eliza explicou:
“O texto determina que a garantia do reconhecimento da identidade de gênero deve ser estendida a estudantes adolescentes, sem que seja obrigatória a autorização do responsável. Fica ainda reconhecido, pelas redes de ensino, o nome social no tratamento oral, sendo o nome civil o utilizado na emissão de documento oficias”, disse a vereadora.
A maior crítica da parlamentar é ao que diz o documento com relação às escolas. A determinação estabelece que deve ser garantido o uso de banheiros, vestiários e demais espaços segregados por gênero, quando houver, de acordo com a identidade de gênero de cada um. Caso haja distinções quanto ao uso de uniformes, deve haver a possibilidade do uso conforme a identidade de gênero.
“O que diferencia um homem ou uma mulher? Podemos ignorar essas diferenças? Será que os banheiros, feitos para necessidades físicas, vão reconhecer as identidades de gênero? Há grupos determinando políticas públicas e tornando-as efetivas sem que passem pelos poderes maiores como se tivessem força de lei. É inconcebível um órgão administrativo expedir atos como força de lei, como se fossem do Legislativo ou Executivo. Isso nem tramitou no Supremo”, criticou Eliza.
“Sugiro que essa medida seja iniciada pelos presídios. Mandem os homens que têm a identidade de gênero feminina serem transferidos para as penitenciárias femininas. Em concursos públicos, mandem as mulheres fazerem as provas iguais às dos homens. Imagine se sua filha está no banheiro e entra no local um homem se dizendo ser ou se sentir mulher. Quem garante que ele não seria um aproveitador? João Pessoa não pode cumprir nenhum artigo destas resoluções, pois fere os direitos fundamentais expressos na Constituição”, alertou a vereadora.
A Resolução 11, do mesmo Conselho, estabelece os parâmetros para a inclusão dos itens “orientação sexual”, “identidade de gênero” e “nome social” nos boletins de ocorrência emitidos pelas autoridades policiais.
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