Publicado em: 31/07/2013 às 14h39
Eliza Virgínia (PSDB) reclamou que programa que prometia internet gratuita para a população pessoense nunca teve pleno funcionamento e ressaltou as denúncias feitas na investigação do projeto.
a iniciativa “nunca funciona, nem nunca funcionou”. O “Jampa Digital” foi inaugurado em março de 2010 e é investigado por suspeitas de fraudes na licitação, superfaturamento e desvio de dinheiro público.
A vereadora disse que a iniciativa que seria uma ação de desenvolvimento e democratização das tecnologias digitais se transformou em repercussão negativa de João Pessoa para o país. “Em tudo parecia que estávamos diante de um salto para o futuro. Não foi um salto, foi um assalto. Somos palco da imprensa nacional, não por uma coisa boa, mas por um fato negativo”, afirmou.
Eliza Virgínia ainda mostrou dois vídeos durante o pronunciamento. Um deles mostrava o então prefeito da cidade de João Pessoa e atual governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), anunciando o projeto como um grande salto para o futuro. “Naquele momento, criava-se uma expectativa muito grande no seio da sociedade e se criava também uma propaganda enganosa”, enfatizou a vereadora.
O segundo vídeo mostrado foi de uma reportagem do Jornal da Globo, a qual descrevia as denúncias, os envolvidos e os detalhes da investigação. De acordo com a reportagem, há indícios de que recursos direcionados ao projeto teriam sido desviados para a campanha eleitoral de Ricardo Coutinho. O suposto esquema teria contado também com a participação do vice-governador Rômulo Gouveia (PSD), da empresa Ideia Digital e do publicitário Duda Mendonça, entre outros possíveis envolvidos.
A vereadora lembrou que, ainda em 2011, a Câmara Municipal discutiu o programa de internet gratuita. “Na época, éramos uma oposição pequena, mas denunciamos, fizemos requerimentos pedindo a regulamentação e audiência pública para debater o assunto. O serviço que nós fizemos aqui não foi em vão e está sendo comprovado agora pela Polícia Federal”, destacou Eliza.
Apartes
Segundo o vereador Renato Martins (PSB), Ricardo Coutinho apenas lançou o programa e caberia a seu sucessor, Luciano Agra, dar continuidade à implantação do projeto. “O então prefeito não se furtou de lançar um programa que é federal, coube a Luciano Agra conduzir o contrato. Ricardo não tem nada a temer e será comprovada sua inocência. Não podemos colocar isso na conta de um gestor que foi o maior prefeito da cidade de João Pessoa”, assegurou o oposicionista.
Já Bruno Farias (PPS) defendeu que os fatos precisam devidamente apurados. “Acreditamos que a Polícia Federal e o Ministério Público haverão de elucidar cada ponto das denúncias realizadas. Estamos num momento de moralização de atividade pública, e a sociedade haverá de cobrar as respostas”, frisou.
“As pessoas querem o esclarecimento dessas questões. Temos que ter cuidado, pois já vimos a polícia sendo usada em questões políticas e inquéritos pirotécnicos. Conheço o governador Ricardo Coutinho desde que fui vereador com ele. Confio nas pessoas até que se prove o contrário”, afirmou Marco Antônio (PPS) sobre as denúncias. Ele ainda questionou o motivo pelo qual o programa não foi encerrado pela gestão de Luciano Agra nem pelo atual prefeito Luciano Cartaxo (PT). “Como representante do povo de João Pessoa, quero saber e vamos apurar a fundo essa questão”, assegurou.
O vereador Sérgio da Sac (PSL) defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na CMJP para investigar as denúncias. “Solicito à vereadora a criação de uma CPI para averiguar os fatos nesta Casa”, pediu.
O vereador Zezinho Botafogo (PSB), no entanto, ressaltou em seu pronunciamento que as denúncias podiam ter apenas a intenção de prejudicar pessoas. “As denúncias tinham o foco de atingir Luciano Agra, pretenso candidato à Prefeitura, e ainda prejudicar Aguinaldo Ribeiro, secretário de Ciência e Tecnologia à época do lançamento do projeto. Temos que ter sensatez e cuidado no que falamos aqui”, afirmou o oposicionista em seu pronunciamento.
Clarisse Oliveira
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